quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Desempate



A vitória brasileira de ontem em Londres desempatou o rigoroso equilíbrio com a Itália em partidas e gols. Agora o Brasil tem seis vitórias contra cinco da Itália e 21 gols pró contra 19 contra. Jogadas individuais decidiram o jogo, mas a formação da Itália no primeiro tempo colaborou, além do bandeirinha que marcou um impedimento inexistente no gol de Grosso. Marcelo Lippi, técnico italiano campeão do mundo, estava em busca do recorde de invencibilidade à frente de uma seleção nacional, que é de 32 partidas, mandando a campo um time ofensivo, fora das tradições da Azzurra. Tomou um baile de Elano e Robinho, recompensados com seus gols por serem os melhores em campo. No segundo, com a troca de quatro jogadores, a Itália voltou a ser a Itália, marcando a partir da intermediária adversária e não deixando o Brasil jogar. O artilheiro Luca Toni chegou a marcar, mas dominou a bola na mão e invalidou a jogada. Julio Cesar mostrou porque é o titular no gol com defesas espetaculares e impediu a reação da Azzurra.

Balanço geral: se havia algum temor de que a CBF cogitasse a volta de Felipão, a possibilidade foi temporariamente afastada com a vitória de Dunga no clássico. O ténico brasileiro deu moral a seus heróis: antes do apito final tirou Elano, reserva no Manchester City (?!), e Robinho, recentemente envolvido num escandalo de abuso sexual, para que ambos fossem ovacionados pela torcida em Londres. Ronaldinho ficou até o final por obra e graça de Dunga, porque jogou muito pouco, pelo menos para os padrões que nos acostumamos. O que aconteceu com ele? Nâo tem mais coragem de inventar, partir pra cima, limitando-se a toquinhos de pelada exaustivamente exibidas pela Globo como se fossem grandes jogadas. Adriano também demorou para sair, quando era óbvio que Pato era a opção óbvia para usar o contraataque no segundo tempo. Sem falar na fase que vive o atacante do Milan. Os laterias Maicon e Marcelo foram bem no apoio mas pecaram nos cruzamentos. Já o estreante Felipe Melo jogou como um veterano da seleção.

A festa foi bonita, Robinho fez um golaço fazendo um carnaval no meio de uma das melhores defesas do mundo, mas a dificuldade da seleção em sair de uma marcação sob pressão no segundo tempo preocupa. É assim que quase todo mundo joga contra o Brasil, quando há um mínimo de competência defensiva. Também a defesa deu mole, sofrendo dois gols anulados, mas que não invalidam a facilidade como os zagueiros foram deixados para trás. Sem falar nos milagres de Julio Cesar.

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