Aishwara Rai e Steve Martin em "A Pantera Cor de Rosa 2"
Na semana do Oscar, chegam à cidade um produção que passa longe dos prêmios da Academia - "A Pantera Cor de Rosa 2" - e outro do qual se esperava mais e só emplacou apenas as indicações de Ator Coadjuvante, Figurino e Direção de Arte - "Foi Apenas um Sonho".
No premiado telefilme "A Vida e Morte de Peter Sellers", a construção do Inspetor Closeau pelo ator inglês - intepretado por Geoffrey Rush - lembra muito a criação de Carlitos em "Chaplin", o grande momento da carreria de Robert Downey Jr. Nãp é apra menos. Guardadas as devidas proporções, ambos são ícones do cinema, inseparáveis de seus criadores. Se ninguém teve coragem de ressuscitar o vagabundo do cinema mudo, em 2003 Steve Martin se meteu a encarnar o mais atrapalahdo policial frances de todos os tempos. Mesmo com o nariz torcido dos fãs de Sellers (entre os quais o artista plástico Ige D'Aquino), a nova "A Pantera Cor de Rosa" foi bem de bilheteria.
A continuação chega ao Brasil debaixo de críticas ruins aqui e nos Estados Unidos, mas poucos atentaram a fato da mudança de diretor. O primeiro foi assinado por Shawn Levy, que no mesmo ano de 2006 emplacou o blockbuster "Uma Noite no Museu"; esta segunda parte tem como comandante o holandes Harald Zwart, que tem como trabalho pregresso mais conhecido "O Agente Teen". Levy pode nãos ser nenhum Frank Capra, mas conseguiu controlar até Robin Williams, enquanto Zwart, ao que parece, não teve pulso para evitar os exageros de Steve Martin.
O diamante Pantera Cor de Rosa é novamente roubado, mas desta vez como parte de uma onda de furtos de tesouros famosos em otod o mundo. Para capturar o ladrão, conhecido como Tornado, o comissário Dreyfuss (John Cleese, do Monty Python, no lugar de Kevin Kline) tira Closeau do Departamento de Trãnsito - onde ele multa carros usando a Legiçao de Honra que recebeu no primero filme - para integrar um dream team internacional de detetives. São o italiano Vicenzo (Andy Garcia, de "O Poderoso Chefão 3"), o inglês Pepperidge (Alfred Molina, o Octopus do "Homem-Aranha 2", que deveria trocar de papel com Cleese), o japonês Kenji (Yuri Yamasaki, de "Cartas de Iwo Jima") e a indiana Sonia (Aishwara Rai, de "A Última Legião", a maior estrela de Bollywood).
O exagerado humor físico de Steve Martin, o roteiro fraco e as piadas repetidas do primeiro filme foram apontados como as principais causa do fracasso da produção, que ainda tem no elenco nomes como Jeremy Irons (Oscar por "O Reverso da Fortuna"), Lily Tomlin(quatro vezes vencdora do American Comedy Awards) e o cantor francês Johnny Haliday.
Leonardo Di Caprio e Kate Winslet em "Foi Apenas um Sonho"
Foi um sonho e se acabou
Kate Winslet conseguiu a dobradinha dos premios de atriz e atriz coadjuvante no Globo de Ouro deste ano por suas atuações em "Foi Apenas um Sonho" e "O Leitor", respectivamente. Para o Oscar, ela não conseguiu a indicação pelo primeiro e disputa o prêmio de atriz principal por "O Leitor". Por que atriz coadjuvante em uma competição e principal em outra? Porque em "O Leitor" ela fica pouco tempo relativamente na tela, embora seja a figura feminina em torno de quem a história gira. Mais ou menos como Rachel Weisz em "O Jardineiro Fiel", que concorreu e venceu o Oscar como coadjuvante. Só que Kate foi inscrita na corrida da Academia como atriz principal pelas duas produções, certamente por conta do tema Holocausto ter muita força entre os votantes.
Assim, sua atuação por "Foi Apenas um Sonho" acabou desprezada pelo Oscar, embora a maioria dos criticos considerem Kate a melhor coisa do filme. O fato do diretor Sam Mendes ser seu marido contribuiu, é claro. Ela e Leonardo di Caprio são April e Frank Wheeler, um casal jovem que vive no subúrbio de Connecticut com seus dois filhos na década de 1950. A máscara da auto-segurança esconde a enorme frustração que sentem por não serem completos em seu relacionamento ou na carreira. Determinados a conhecerem a si mesmos, eles decidem se mudar para a França. Mas o relacionamento começa a corroer em um ciclo infinito de brigas, ciúmes e recriminações, e a viagem e seus sonhos correm grandes riscos de acabar.
Quando Sam Mendes surgiu para o mundo com "Beleza Americana" foi saudado como um novo grande talento, inclusive por mim. No entanto, seu filme seguinte, "Estrada para Perdição", revelava que, mais que talento, Mendes usava abusava de maneirismo com ares de grande arte. Diversas críticas sobre "Foi Apenas um Sonho" falam exatamente disso. O coadjuvante Michael Shannon foi indicado ao Oscar por seu papel de John Givins. No mais, o reencontro do casal protagonista do maior sucesso cinematográfico de todos os tempos não deixa de ser um chamariz para o público, ainda que, desta vez, não seja uma história de amor, mas sobre o fim deste.
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