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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Skindô
Uma polêmica cerca o Carnaval de Rua de Indaiatuba. Existe a intenção de transferi-lo da pasta de Esportes - que extinguiu o Departamento de Eventos, responsável pelo evento - para a Cultura. A justificativa é que a secretaria de Erika Novachi teria condições de montar um projeto que permita a captação de recursos pela Lei Rouanet para o desfile das escolas. Mas estaria ela, acostumada a lidar com sapatilhas e outras delicadezas, preparada para lidar com as diretorias das agremiações carnavalescas?
O ex-secretário de Esportes e Lazer, Edison Minoru Motooka Takahashi, tentou fazer com que as escolas se tornassem autossuficientes, sem a dependencia da subvenção da Prefeitura. Não funcionou, é claro. O resultado é que o gasto do Município com o evento chega fácil à casa dos seis dígitos, para ser visto por um público que não mal chega a quatro casas decimais. É uma verba bem empregada?
A verdade é que Indaiatuba tem um dos carnavais mais tradicionais da região, tendo sido interrompido apenas alguns anos, durante a segunda gestão de Clain Ferrari. Começou no Centro, cuja parte principal era na Praça Prudente de Moraes; foi para a Avenida Presidente Kennedy e posteriormente para a Marginal do Parque, na altura do Jardim Pau Preto. O novo local escolhido é em frente ao "Titanic" da raia de remo.
Em seus tempos ingênuos, nos anos 70, era de fato uma festa familiar que reunia praticamente toda a cidade - que tinha entre 30 e 50 mil almas - , que se dividia na preferência entre as duas escolas, Acadêmicos do Sereno e Unidos de Indaiá, sendo que a segunda ganhava quase sempre, pois reunia a "elite" de Indaiatuba. O dominio do Sereno só veio com a decadência do rival, fragmentada por brigas internas. Recentemente, a Imperador de Santa Cruz rompeu com anos de hegemonia serenista.
Enquanto sua própria existência é novamente colocada na mesa, pela primeira vez o desfile pode ter quatro escolas. Além das "oficializadas" Sereno, Unidos e Imperador, a Águias Negras anuncia sua volta, mesmo sem a subvenção oficial, à qual não se habilitou por não ter prestado contas de diversos carnavais. E olha que a Prefeitura nunca foi um Tribunal de Contas nesse sentido: era só uma questão de apresentar notas fiscais das compras e gastos.
Há quem considere suficiente fazer um carnaval popular, com trio elétrico na rua. Isso já foi tentado com o Cai na Rua, durante a administração anterior do próprio Reinaldo Nogueira, com resultados funestos. Confusão, bebedeiras, brigas marcaram essa iniciativa, logo abandonada. Além disso, isso não vai substituir as escolas em si que, quer queiramos ou não, são representativas em suas comunidades.
É uma sinuca de bico para a atual administração.
Foto: Carnaval do Sereno em 2007
crédito: ASC-PMI
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Um comentário:
O carnaval é a maior festa popular do Brasil, embora tenha se descaracterizado, afastando-se do que se pode definir como uma "manifestação da cultura popular". Minha opinião é que em Indaiatuba a Secretaria da Cultura deve, sim, assumir o evento e se possível reestruturá-lo para que tenhamos PELO MENOS ESSA manifestação popular em nossa cidade. Como sua leitora assídua, adoro suas alfinetadas do tipo "está acostumada com sapatilhas" (referindo-se à Erika), mas creio que esse seu jeito de escrever é provocativo e ela pode ter um insight e MOSTRAR QUE PODE, adaptando-se à famosa frase de OBAMA, última moda em termos de terapia comportamental. Abraço, fica com Deus. Eliana Belo.
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