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quinta-feira, 11 de setembro de 2008
11 de setembro de 2001
Onde você estava em 11 de setembro de 2001? Se você já sabia ler e escrever nessa data certamente há de se lembrar. Eu estava na redação da Folha da Gente quando minha amiga - e hoje colunista - Tânia d'Avila me ligou perguntando se eu havia visto pela TV o avião que caiu em Nova York. "A notícia do dia é a morte do Toninho (do PT)", respondi. Coitado de mim e do prefeito de Campinas assassinado na véspera. O atentado daquele dia ofuscaria o crime na cidade vizinha, fazendo com que que até hoje não se saiba quem matou - ou mandou matar - Antônio da Costa Santos.
Eric Hobsbawn considera que o curto século XX começou na deflagração da I Guerra Mundial, em 1914, e terminou com o fim da União Soviética, em 1991. Mas já há um consenso de que o século XXI começou em 11 de setembro de 2001. Então o que foram esses dez anos de intervalo? O curtíssimo período da Nova Ordem Mundial anunciada por Bush Sênior? O apogeu do Império Americano? A Era da Ilusão de Fukuyama? O que quer que fosse, acabou naquele dia há sete anos. E suas conseqüências marcaram o mundo desde então.
Após o ataque a Pearl Harbor, os americanos quiseram dar uma resposta imediata aos japoneses. Então bolaram um ataque quase suicida com bombardeiros médios decolando de porta-aviões que sobrevoariam Tóquio por 30 segundos, despejariam suas bombas e aterrisariam na China. Era tudo o que os recursos da época permitiam. Quatro anos depois, haveria a bomba atômica para retaliar.
Depois do 11 de setembro, a resposta da superpotência era igualmente inevitável. Supunha-se que o inimigo Osama Bin Laden estaria no Afeganistão, então lá foram os americanos depor os fundamentalistas do Talibã e vasculhar o país atrás da Al Qaeda. Só que o presidente Bush Jr. queria aproveitar o embalo e acertar as contas com Saddam Hussein, além de garantir para a América as ricas reservas de petróleo do Iraque. Tentaram em vão ligar Bin Laden ao ditador e, finalmente, inventaram umas armas de destruição em massa para justificar a invasão. Como resultado, o único elemento unificador - na marra, é verdade - do país foi eliminado, o Iraque mergulhou numa guerra civil entre xiitas, sunitas e curdos, com os americanos e sua coalizão no meio. À exemplo do Vietnã, mais uma aventura militar inútil, porque não havia Al Qaeda ou armas de destruição em massa no Iraque, as empresas ianques não conseguem explorar o petróleo como desejavam com toda essa bagunça e ainda por cima a presença americana fortaleceu o Irã na região.
Outro complicador pós-11 de setembro para a América é o ressurgimento da Rússia como potência mundial. Nos dez anos de intervalo entre os séculos XX e XXI, Moscou parecia carta fora do baralho, com sua crise econômica, obsolência de sua máquina militar e conflitos internos. A mão de ferro de Wladimir Putin, aliada à alta nos preços do petróleo deram novo fôlego à Rússia. A rápida intervenção na Geórgia em resposta ao ataque contra região separatista da Osétia surpreendeu o mundo e principalmente Washington, a quem só restou protestar veementemente, mas inutilmente.
As respostas ao 11 de setembro, ao invés de reforçar a hegemonia americana no mundo, atolou sua máquina de guerra em dois fronts sem conclusão visível, que permite os desafios abertos Mahamoud Ahmadinejad, do Irã; as bravatas de Hugo Chavez, na Venezuela; as chantegens de Kim Jong, da Coréia do Norte; e a eterna pedra no sapato que é Cuba. Isso sem falar no crescimento da China, no ressurgimento da Rússia e na sobrevivência de Osama Bin Laden, que por si só é uma zombaria ao poderio americano.
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Um comentário:
Kimas, tenho assistido com muito interesse os documentários Caçadores de OVINIs, pelo History Channel. Fiquei pensando outro dia: Taí uns caras que podem se meter a besta com os gringos e não levarem a pior... rs Os ETs, não os produtores do canal...
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