A grande novidade e destaque da Festa do Salto deste ano é o Festival da Empada Frita, dentro da Festa do Salto, onde as empadeiras da cidade instalaram suas barracas, oferecendo o quitute que é bem cultural de Salto. Além dos recheios tradicionais (frango e palmito), diversas outras novidades estão sendo apresentadas. As empadeiras da cidade, que herdaram uma técnica que se transmite há mais de sessenta anos, além das tradicionais de frango e palmito, apresentaram novos sabores salgados e doces.
Entre as novidades destacam-se as empadas salgadas de: carne seca com quiabo, abobrinha com champignon e alcaparras, creme de queijos, kiwi com camarão, peito de peru com manga, calabresa com milho, pizza, carne seca com abóbora, calabresa com catupiri, strogonoff de carne, quatro queijos com tomate seco, camarão, alcachofra, atum e salmon. Já nas doces a pedida é: empada gelada de jabuticaba, gelada de kin-kan, doce de abóbora com coco, trufada de morango, napolitano, bombom de morango, abacaxi com doce de leite, nozes com leite condensado e ameixa, duo de prestígio com brigadeiro, banana, romeu e julieta. Para acompanhar essas delícias estão à disposição dos clientes vários molhos: não ardido, bem ardido, jabuticaba, gorgonzola, iogurte com hortelã, pimenta, barbecue, mostarda, rose, mostarda com parmesão, a moda da casa e maracujá.
Um sensacional concurso, que será realizado no sábado, dia 6 de setembro, às 12h e no domingo, dia 7 de setembro, às 15h, premiará as criações das empadeiras saltenses: melhor tradição (frango e palmito), melhor recheio salgado, melhor recheio doce, empada no formato mais original, empada temática (que homenageia uma celebridade, um acontecimento ou um local), melhores molhos para empadas e melhor apresentação de prato (porções de empadas servidas com arte).
A organização do evento foi surpreendida pela grande adesão das senhoras que tradicionalmente fabricam as empadas de Salto. Para se ter uma idéia das novidades, a categoria “empadas temáticas” recebeu inscrição de uma empada que homenageará o músico baiano Dorival Caymmi, e outra que reverencia Dercy Gonçalves, ambos recentemente falecidos.
Os mais de 30 sabores de empadas fritas serão avaliados por duas comissões julgadoras: uma formada por pessoas da área da gastronomia de Salto, Itu e Indaiatuba e outra constituída por membros da imprensa local. A premiação do concurso será realizada no dia 8 de setembro, às 21h e os vencedores receberão certificados e prêmio em dinheiro. Vale lembrar que no domingo, dia 07, haverá exposição das empadas, bem como apresentação de pratos culinários.
O público presente nos referidos dias poderá assistir e participar das gincanas da empada frita, com provas divertidas envolvendo o quitute e premiação correspondente (jogos, corridas, provas do bom apetite etc). Uma praça de alimentação exclusiva está montada para o Festival da Empada Frita de Salto, dentro do ginásio da Associação Atlética Saltense. No palco interno, programação de shows para alegrar o festival.
Segundo o Secretário da Cultura e Turismo, Valderez Antonio da Silva, o festival visa valorizar a empada frita, uma exclusividade gastronômica da cidade de Salto, que recentemente foi declarada patrimônio cultural pelo Executivo, ampliando sua divulgação.
O regulamento deixa claro que a criatividade pode se estender aos recheios, às cores e aos formatos das empadas, mas estas deverão ser obrigatoriamente fritas e os ingredientes da massa não poderão fugir daquilo que tradicionalmente é oferecido na cidade. A especialidade saltense tem uma massa que se assemelha à do pastel, levando farinha de trigo, gordura, água, sal e um pouco de cachaça. A peculiaridade é que as empadas são fritas com as próprias fôrmas, que se soltam no óleo fervente. O zelo com a tradição fica evidente no nome que será dado ao prêmio mais valioso do festival, o Troféu Dona Nena, uma referência à pioneira na confecção das empadas fritas de Salto, cujo nome real era Diamantina Andriolli, e que fazia os quitutes já na década de 1940.
DÉCADAS DE TRADIÇÃO
A origem da receita da empada frita de Salto permanece incerta. O que se sabe é que a precursora no seu preparo foi Diamantina Andriolli, popularmente conhecida como Dona Nena, que teria aprendido a receita com seus familiares. A partir da década de 1940, Dona Nena preparava suas empadas, juntamente com as ajudantes Dona Julica e Dona Eliza. Os quitutes, muito apreciados já naquela época, eram vendidos por meninos nas ruas de Salto, em cestos de vime.
Com o tempo, a empada frita passou a ser preparada por várias outras senhoras saltenses, seguindo basicamente a mesma receita, cuja massa leva farinha de trigo, água, sal, fermento, gordura e um pouco de aguardente. Os recheios mais usuais são o frango e o palmito, mas ela também já foi preparada com camarão e mesmo bacalhau. Ao longo de mais de meio século, desenvolveu-se o hábito de abastecer os bares da cidade e atender encomendas para festas e outros eventos, com as empadas no tamanho grande, tradicional, ou menores, entregues às dúzias e centenas.
Mulheres saltenses, como Alzira Pacher Bonatti (Dona Ila), Idair Scalet, Alzira Cruz Figueiredo, Otília Alves Amaral, Jacira Pacher, Irene Zanuni, estão entre as muitas empadeiras que sustentam até hoje uma tradição local, de vez que a empada frita não é encontrada em outros lugares. É comum pessoas de outras localidades fazerem suas encomendas de empadas fritas em Salto, depois de as terem conhecido através de algum parente ou amigo.
Por se tratar de uma tradição culinária tipicamente saltense, com uma clientela de apreciadores que cresce a cada dia, a empada frita foi declarada bem de valor cultural para a comunidade local. Passou, assim, a ser oficialmente divulgada pelos órgãos públicos que zelam pelo turismo e pela cultura, com o objetivo de preservar e incentivar o conhecimento de uma delícia que vem se somar a tantos outros atrativos oferecidos pela cidade de Salto.
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Até Salto tem seu festival de quitutes! E lá é muito comum rechear presunto com azeitona, que dirá empada.
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