Vamos recordar aqui outros prêmios Internacionais recebidos por atrizes brasileiras antes de Sandra Corveloni. Em 1985, Marcélia Cartaxo ganhou o Urso de Prata do Festival de Berlim por sua atuação como Macabéa de "A Hora da Estrela", a bela adaptação de Suzana Amaral de um conto de Clarice Lispector. No ano seguinte, Fernanda Torres conquistou Cannes pela primeira vez para o Brasil com "Eu sei que vou te amar", último longa de Arnaldo Jabor. Em 87, outra vitória brasileira em Berlim, com Ana Beatriz Nogueira no papel-título de "Vera", de Sérgio Toledo. Finalmente, em 1998, a maior atriz brasileira, Fernanda Montenegro, finalmente consegue o reconhecimento internacional com o Urso de Prata em Berlim e uma inédita indicação ao Oscar por "Central do Brasil", do mesmo Walter Salles que dirigiu Sandra em "Linha de Passe".
O balanço geral é que, fora do clã Montenegro-Torres, as outras duas excelentes atrizes premiadas nos grandes festivais europeus - nunca um brasileiro ou brasileira foi premiado em Veneza - estiveram longe de se tornarem estrelas ou terem o reconhecimento do público. Marcélia conseguiu brilhar até mesmo diante do iluminado Lázaro Ramos de "Madame Satã" e Ana Beatriz, dada a escasez de trabalho no cinema, segue carreira como coadjuvante de qualidade na TV. Sandra Corveloni está certa em dizer que independente de qualquer coisa, ela quer ficar no teatro. No palco, biotipo, cara bonita e linhagem não importam.
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