domingo, 4 de maio de 2008

Palmeiras 5 x 0 Ponte Preta, 22 vezes campeão paulista


Amigos palestrinos! Não me considero digno nem sóbrio - no momento - para escrever sobre o triunfo do Palmeiras hoje à tarde. O Gambás acham lindo sai sair da fila de 24 anos com um gol de pebolim do Basílio, mas nós palmeirenses da gema, exigimos show, como manda a nossa tradição. E o que dizer do golaço de Valdívia no 5 a ZERO que nos deu o vigésimo segundo título paulista? Calou a boca de todos que dizem ser ele um pipoqueiro que some nos momentos decisivos. Mas deixarei as considerações finais a Mauro Beting, palmeirense de segunda geração:

postado por Mauro Beting

- Vamos ganhar, Porco!

Era o grito de todo o Palestra Itália naquela que seria a última bola do empate com a Portuguesa. Ela e a sorte foram lançadas até Jorge Preá fazer o gol que pareceu pintar de vez o SP-08 de verde.

Um gol que o Palestra cantou antes de a bola ser levantada. Não era torcida, parecia certeza; estava escrito nas oito estrelas do escudo que fica atrás daquela meta.

Pressentimento confirmado com o toque redentor de Preá.

Antecedido por uma comunhão emocionante da arquibancada com o time.

Seguido de uma das mais tocantes celebrações vistas no Palestra, com jogadores, comissão técnica e torcida correndo cada um para um lado diferente.

Ou melhor: todos para o mesmo lado. Para cima. Para o Palmeiras.

Confiança e vitória de um time enorme que volta a pensar grande. O clube investiu o pouco que tinha (e o muito que não tinha) para montar um elenco bom e caro. Fez uma tabelinha com uma parceira que relembra a Via Láctea montada pela Parmalat.

Aquela que acabou com a fila de 16 anos sem títulos, em 1993. Constelação treinada pelo mesmo Luxemburgo que dirigiu a melhor campanha da história do profissionalismo, ganhando o último caneco paulista, em 1996.

Ele foi o escolhido para fazer o clube voltar a jogar grande. Mesmo começando pequeno. Na sétima rodada, quando era apenas o 14º. colocado, depois de um 3 x 0 doído para o Guaratinguetá, Luxemburgo falava no vestiário como se tivesse goleado:

- O palmeirense ainda vai sorrir com esse elenco.

Dito e jogado. A torcida cantou e vibrou com Valdivia, o chileno mais brasileiro; aplaudiu uma linha atacante de raça com Alex Mineiro e Kléber (pedido do técnico que deu jogo tanto quanto o neovolante Léo Lima); confiou na defesa de Pierre, Gustavo e Henrique.

Mas para fazer o Palestra ser campeão como Palmeiras era preciso resgatar uma bandeira. Craque que fez a América e foi Verdão até na Série B. Marco singular, mas com nome no plural. Também por ser um camisa 1 que veste a número 12. Talvez por tantas vezes jogar por todos os 11, e de sempre torcer como todos os tantos que jogam nas arquibancadas.

Sua santidade Marcos, o anjo-guardião palmeirense, depois de 11 meses parado, voltou à meta na derrota para o Guará. Nem ele achava que fosse a hora certa. Mas foi ganhando condição de jogo. Com ele, todo o Palmeiras. Foram oito vitórias seguidas até a derrota para os pés e mãos são-paulinos. A virada com todo o gás se deu em casa. No palco da confirmação do 22º. estadual contra a brava Ponte Preta. Com a maior goleada da história do profissionalismo.

Com a melhor campanha e o melhor ataque, o melhor time deu a última volta olímpica estadual no velho Palestra. Ele será reformado para em
breve sediar os jogos de um antigo campeão. De espírito jovem como o vovô Marcos que ergueu a taça que ficou em ótimos pés. E que tanto merecia ser erguida pelas melhores mãos.

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