sexta-feira, 23 de maio de 2008

Morre Jefferson Peres


Morreu hoje em Manaus aos 76 anos o senador amazonense Jefferson Péres (PDT). Ele sofreu um infarto em sua casa. A família confirmou a morte, que ocorreu às 6h30.

José Jefferson Carpinteiro Peres nasceu em Manaus em março de 1932 e foi professor e político. Considerado uma referência ética, ele cumpria o segundo mandato como senador do PDT pelo Amazonas. Ele estava no partido desde 1999 e integrou também os quadros do PSDB.

Era formado em Direito pela Universidade Federal do Amazonas e em Administração pela Fundação Getúlio Vargas. Antes de ser político, foi professor de economia na Universidade Federal do Amazonas.

Foi eleito em 1988 para seu primeiro cargo público, de vereador em Manaus, cargo para o qual foi reeleito para segundo mandato, cumprido até 1995, quando assumiu sua cadeira no Senado.

Também foi candidato à vice-presidência do Brasil nas eleições de 2006, na chapa do também senador pedetista Cristovam Buarque, do Distrito Federal.


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É isso: uma das últimas reservas morais da política se vai enquanto a escumalha permanece. Mas antes mesmo de falecer ele já havia se desencantado com a vida pública e jogado a toalha. Triste.

Um comentário:

Anônimo disse...

E aí, Kimura. Tudo bem?
Concordo com você, mas acho que o senador tinha algo mais. Era o único político brasileiro que conheço a criticar duramente o eleitor, a sociedade brasileira, enfim, o cidadão comum. Ele tinha a capacidade de identificá-lo cumplice da degeneração ética sobre a qual o país navega.
Não lembro de um único político brasileiro que tinha essa capacidade de apontar o dedo para a sociedade brasileira e dizer sem medo: o Brasil definha moralmente sob o olhar de vocês, ou seja, todos nós, eleitores.
Penso que entre todas as perdas que a morte do senador amazonense nos trará, o silêncio de uma voz crítica -mesmo contra o eleitorado que o conduziu ao Senado- é a maior. A nova geração de políticos, pelo que se percebe, está para Jefferson Péres como o bispo Macedo para o epsicopado. São cria de um modelo de político tão velho quanto o Brasil, mas ainda mais degenerado, sem limites, sem pudores.

Como ele disse certa vez numa CPI (nem lembro qual!)

Tudo isso existe
Tudo isso é triste
Tudo isso é fato

É o Brasil!
Abraço, nobre amigo.

Agnaldo Brito