Fui ontem ao Museu da Língua Portuguesa para pegar a abertura da exposição sobre Machado de Assis. Foi minha primeira visita ao local, que esstá mais para templo que museu. Tanto é que o acesso mais próximo pela Estação de Metrô da Luz é uma longa escadaria digna de igreja mineira. Sem a alternativa de escada rolante.
Chegando á bilheteria, um típico exemplo do serviço público: em plena abertura da exposição de Machado de Assis, em plenas férias, havia só uma funcionária vendendo bilhetes a ao mesmo tempo cuidado da chapelaria. O resultado é fila, lógico. O acesso é só por elevadores, uma vez que o Museu é dividido em três andares. Ao menos o ascensorista é prestativo e dá as dicas para a melhor visitação para os marinheiros de primeira viagem.O primeiro pavimento é dedicado às mostras temporárias, como esta de Machado; o segundo é a mostra permanente e o terceiro tem a sala audiovisual, que exibe um curta de 10 minutos sobre nosso idioma, e a Praça da Língua, que alterna três audiovisiuais de uma antologia da literatura em Língua Portuguesa, com curadoria de José Miguel Wisnik e Arthur Nestrovski.
O segundo andar traz a Grande Galeria: tela de 106 metros com projeções simultâneas de filmes que mostram a Língua Portuguesa no cotidiano de seus usuários. Palavras Cruzadas: totens dedicados às influências das Línguas e dos povos que contribuíram para formar o Português falado no Brasil. Existe, ainda, um oitavo totem dedicado ao Português falado nos demais países.
Linha do Tempo: uma linha com recursos interativos onde o visitante pode conhecer melhor a história da Língua Portuguesa.
Beco das Palavras: sala com jogo eletrônico interativo que além do visitante brincar com a criação de palavras, conhece também a origem e o significado das mesmas.
História da Estação da Luz: painéis que mostram um pouco da história do prédio sede da Estação da Luz e os trabalhos de restauração realizados na época da implantação do Museu da Língua Portuguesa.
Mas vamos ao primeiro, que é o que mais nos interessa, a mostra sobre Machado de Assis, cuja morte completa 100 anos em 2008. Com curadoria de Cacá Machado e Vadim Nitikin coordenadoria geral de Ana Helena Curti, a exposição se denomina "Machado de Assis - mas este capítulos não é sério". Pelo título percebe-se que se trata de uma tentativa de dessacralizar a obra do escritor, especialmente aos jovens, param quem o Bruxo do Cosme Velho é sinônimo de leitura obrigatória e chata. O fio condutor da mostra é sua obra-prima "Memórias Póstumas de Brás Cubas", em favor da qual os outro romances do autor tornam-se periféricas na exposição, e o caso mais gritante é "Dom Casmurro", cuja Capitu merece não mais que uma "penteadeira" como menção. Nenhuma referência - a não ser de passagem nos excertos dos críticos reunidos em uma ala da mostra - à mais célebre polêmica da literatura brasileira: terá a musa dos olhos de ressaca traído ou não Bentinho?
A exposição destaca o contexto histórico-social em que Machado viveu e produziu, sua importância na literatura brasileira e mundial e aspectos da obra. O arrivismo social, tantas vezes ridicularizado pelo escritor, foi vivido por ele mesmo, célebre aos 34 anos como poeta, fundador da Academia Brasileira de Letras (a cadeira número 1 leva seu nome) e defunto enterrado carregado de glórias, já considerado o maior autor brasileiro de seu tempo.
EXPOSICÃO
"Machado de Assis - Mas este capítulo não é sério"
15 de Julho a 26 de Outubro de 2008
De terça a domingo das 10h às 17h
Endereço
Praça da Luz, s/nº - Centro - São Paulo - SP CEP: 01120-010
Telefone:(11) 3326-0775 - E-mail:museu@museudalinguaportuguesa.org.br
Horário
Bilheteria: terça a domingo, das 10h às 17h.
Museu: fecha às 18h.
Não abre para visitação às segundas-feiras.
Acessos
Prioridade de acesso para pessoas com necessidade especiais, grávidas e idosos.
Preço do ingresso
R$ 4,00 (quatro reais)
Estudantes com carteirinha pagam meia-entrada
Professores da rede pública com holerite e carteira de identidade são isentos
do pagamento do ingresso;
Crianças até 10 anos e adultos a partir de 60 são isentos do pagamento do ingresso;
O ingresso só pode ser pago em dinheiro;
Não há venda antecipada de ingresso;
Aos sábados a visitação ao Museu é gratuita.
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